Vergonha: Descaso com a saúde pública: Mãe assiste à filha morrer por falta de vaga em CTI infantil no Pará

03/04/2011 12:11

 

 

Na maior emergência do Pará, não há pediatra na enfermaria infantil. Começa, então, uma mobilização para improvisar UTI para Ruth. Mas a menina morreu minutos após ser levada para o leito improvisado. Todos os dias, doentes em busca de ajuda enfrentam jornadas inacreditáveis. O Globo Repórter desta sexta-feira (1) mostrou a situação caótica da  saúde pública do país, e revela a dramática rotina dos hospitais e postos de saúde e o pedido de socorro de brasileiros que se sentem abandonados. Alguns querem esconder a realidade, mas boa parte da população quer denunciar. Quem sofre um acidente, quem está passando mal, tem pressa. Quem está doente, precisa de cuidados. E cerca de 80% dos brasileiros nessas situações só podem contar com o SUS. Por isso, a rapidez e a qualidade da saúde pública no Brasil podem fazer a diferença entre o alívio e o sofrimento, entre a vida e a morte. Podem também revelar de maneira dramática as grandes diferenças que ainda existem entre os mais ricos e os mais pobres. Salvaterra é uma pequena cidade da Ilha do Marajó, no Pará. Em janeiro, o cemitério local ganhou mais uma sepultura, e na casa pobre ficou o vazio da caçula que Márcia perdeu para a doença e a falta de recursos. O Pronto Socorro Municipal Mário Pinotti, conhecido como PS da 14, é a maior emergência do Pará. Atende cerca de 120 mil pessoas por ano. Ao passar da recepção onde a aparência é de organização, encontramos o caos. Seja qual for a doença ou o problema, todos dividem o sofrimento dos corredores lotados, da falta de um mínimo de conforto.
Globo Reporter Graziela Azevedo Belém e São Paulo